quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Coletivo Balance e Secretária Estadual de Saúde

O Coletivo Balance de Redução de Danos se reuniu com o Grupo de Trabalho sobre Álcool e outras Drogas da Secretária Estadual de Saúde na tarde de quarta-feira do dia 19/12. No fim da reunião foi deliberado que o Coletivo Balance receberá o apoio da Secretária que financiará a distribuição de cards de redução de danos para uso de ecstasy, lsd e álcool no festival de música eletrônica Universo Paralelo, no Festival de Verão e nos camarotes e blocos do carnaval de Salvador. O objetivo é ampliar o espectro de ação do Coletivo para festas de Axé, onde se constata um crescente uso de ecstasy e lsd. A Secretária Estadual de Saúde aponta a importância de iniciativas como a do Coletivo Balance que merece o apoio da iniciativa pública.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Cientistas tentam manter estudo sobre ecstasy

Médicos, psicólogos, farmacologistas, psiquiatras - intelectuais, docentes e cientistas com currículos vistosos que incluem cursos de especialização nas mais prestigiosas universidades dos Estados Unidos e da Europa - aliaram-se a freqüentadores de baladas e outros agitos da noite paulistana para subscrever moção de apoio a duas pesquisadoras da Universidade de São Paulo atingidas por medida inédita na história da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Até sexta-feira passada, eram 805 os signatários em defesa das pesquisadoras.
A mobilização dos cientistas e do chamado "povo da noite" é uma resposta à suspensão pela Fapesp da liberação de recursos para o projeto de pesquisa coordenado pela pós-doutoranda em psicologia Stella Pereira de Almeida, 43, e pela professora titular do Instituto de Psicologia da USP, Maria Teresa Araujo Silva, 67.
No dia 18 de junho passado, Maria Teresa recebeu carta assinada pelo procurador da Fapesp, Andrei Vinicius Gomes Narcizo, comunicando-lhe que "dada a gravidade das denúncias veiculadas pela imprensa", a fundação determinou "a imediata suspensão" da liberação de recursos para o projeto de pesquisa "Implantação e Avaliação de Programa de Redução de Danos para o Uso de Ecstasy na Cidade de São Paulo".
As "denúncias" a que se refere a nota do procurador consistem em noticiário sobre a distribuição de 8 flyers (folhetos, no jargão do pessoal das festas), impressos em tiragens de 4.000 exemplares cada, em festas onde é notório o uso de ecstasy. No material, informações sobre como consumir a droga com menos riscos para a saúde.
Exemplo de "dica": "Uma forma de diminuir os riscos do consumo de ecstasy é tomar metade da dose planejada, aguardar os efeitos (pode demorar até uma hora) e então decidir se tomará a outra metade". Houve quem visse incitamento ao consumo da droga, impressão reforçada pelo nome "fantasia" do projeto: Baladaboa, que pode ser lido como "balada boa", ou como "bala da boa" ("bala" é uma das gírias que designa ecstasy).
"É subestimar demais a inteligência das pessoas", afirma Stella. "Daqui a pouco, vai-se dizer que o lema "se beber, não dirija" é um estímulo a que as pessoas encham a cara, ou que a distribuição de preservativos é um incitamento a orgias." Segundo a pesquisadora, o projeto serve exatamente para checar a linguagem mais adequada para se atingir os usuários de ecstasy. "O objetivo é dialogar com os usuários. Se esse nome não se mostrasse adequado, poderíamos mudá-lo."
O projeto de pesquisa sobre ecstasy foi aprovado há um ano pela própria Fapesp, incluindo a sistemática de análise pelos pares. Também recebeu aval do Comitê de Ética sobre Pesquisas em Humanos do Instituto de Psicologia da USP. Os protocolos científicos foram validados e eram de conhecimento da Fapesp, que, inclusive, já havia liberado 83% da verba da bolsa, além de 71% dos recursos necessários para a confecção e a impressão dos flyers.
Fernando Cunha, assessor de comunicação da Fapesp, disse que nenhum dos diretores da fundação falaria sobre o assunto. Garantiu que a decisão de suspender a liberação dos recursos tinha sido "da presidência", atualmente ocupada pelo poeta Carlos Vogt.
Segundo Cunha, suspensões de recursos são "comuns", em casos de atrasos na entrega de relatórios científicos. Ele disse, entretanto, que "nunca viu", "não tem conhecimento de suspensões a partir de noticiário da imprensa" --como foi o caso com a pesquisa de redução de danos aplicada ao ecstasy. A comissão formada para avaliar a pesquisa tem 30 dias para apresentar o relatório final. Se aprovar o relatório de pesquisa, o financiamento será retomado.
http://www.reduc.org.br/news.php?action=newsview&recid=338

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Proposto fim das raves em SP

Enquanto alguns deputados discutem formas de reduzir os danos causados pelo consumo de drogas, outros têm propostas mais radicais para as raves. Pelo menos dois projetos em tramitação na Assembléia Legislativa de São Paulo pretendem acabar com esse tipo de festa, se aprovados pelos parlamentares. O projeto de lei 1.346, do deputado estadual Gilmaci Santos (PRB), proíbe festas "com mais de 10 horas de duração" e "que apresentam música eletrônica, para aglomerado indiscriminado de pessoas não identificadas". Segundo o texto do projeto, quem ultrapassar o limite pode ser multado em até dez mil Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufesps), ou R$ 142.300. A definição de rave usada pelo parlamentar é tão curiosa quanto a justificativa para a escolha do período máximo estipulado para os eventos. "Quando eu era jovem, as festas iam das dez da noite às quatro da madrugada e eu já voltava acabado", disse. "Imagine você ficar 'ligado' - é assim que falam, né? - 15 a 20 horas? Para ficar todo esse tempo dançando e pulando tem que ter estimulante, que é bebida ou droga." Ao ser questionado se os freqüentadores não poderiam consumir as drogas em reuniões com menos de dez horas, Santos admitiu que a proposta tem falhas. "Não estou dizendo que meu projeto é perfeito. É para chamar a atenção para esse problema grave que nosso Estado está enfrentando. Estamos abertos a sugestões". Já o projeto de lei 1.329, do deputado Fernando Capez (PSDB), é mais sutil, mas tem o mesmo objetivo. A proposta proíbe a venda de bebidas alcoólicas nas raves. Na verdade, a intenção não é apenas instalar a lei seca nas raves, mas, segundo o parlamentar, a idéia é acabar de uma vez com as raves. (das agências)

http://www.opovo.com.br/opovo/brasil/748499.html

Senador apoia ampliação do debate público

Casagrande comenta perfil do consumidor de drogas ilícitas e pede mais debate sobre políticas públicas e estratégias a serem adotadas.
O senador Renato Casagrande (PSB-ES), em discurso no Plenário nesta segunda-feira (12), citou dados de uma pesquisa elaborada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e publicados pelo jornal Correio Braziliense, em outubro, que mostram o perfil do consumidor de drogas ilícitas brasileiro: a maioria é homem, jovem e da classe A.
A partir de informações coletadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo “O estado da juventude: drogas, prisões e acidentes”, do pesquisador Marcelo Neri, revelou que 85% dos consumidores de drogas no Brasil são brancos, dos quais 62% estão na classe A; 60% deles têm de oito a 11 anos de estudo - a média de estudo é de cinco anos no Brasil; e 80% ocupam a posição de filhos dentro de casa, no lugar de chefe da família ou cônjuge.
Ainda de acordo com o estudo, disse o senador, 35,82% desses jovens têm entre 10 e 19 anos - 16,53% da população brasileira nessa faixa - e consomem ou já consumiram drogas. O percentual sobe para 50,74% entre 20 e 29 anos, o que corresponde a 23,11% da população brasileira.
Outro dado aponta que 49% desses jovens têm cartão de crédito, num universo de apenas 17% da população em geral que conta com essa opção e, enquanto 12% da população têm cheque especial, desses, 35% são consumidores de drogas.
- Ao revelar o perfil do consumidor de drogas no Brasil, os dados nos impõem a necessidade de o Estado intensificar a promoção das políticas públicas de inserção social dos jovens menos favorecidas, mas olhando também para os filhos das classes média e alta deste país - declarou.
O parlamentar disse acreditar que o Parlamento não pode fugir do debate e ressaltou a necessidade de alterar a estratégia de combate atual, repressiva, já que os fatos demonstram “sua ineficácia”. Acrescentou ainda que é preciso discutir todas as alternativas citadas, incluindo a possibilidade de liberação do consumo, citando artigo de Roberto Pompeo de Toledo.

Audiência Pública - Lei dos bebedouros em casas noturnas

Audiência pública sobre a Lei Estadual nº 12.637
Dia 27/11 - terça-feira - às 14h30
Assembléia Legislativa do Est. de S Paulo
aud. Teotonio Vilela
Av Pedro Alvares Cabral 201 - Ibirapuera
Participantes na Mesa:
Dr. Barradas - Secretário Estadual da Saúde Dep Simão Pedro
Dr. Décio Alves - Coord. Saúde mental de Sto André
Beatriz Labate - Neip - http://www.neip. info
Dra. Stella Almeida - USP - Projeto Baladaboa
Reca Bueno - Reduc - www.reduc.org. br
Dr. Cristiano Maronna - Ibccrim - Inst bras. cienc. criminais
Depoimentos:
Facundo Guerra - Vegas - www.vegasclub. com.br
Marta MCbritton - Barong - www.barong.org. br
Gaia Passarelli - site rraurl - www.rraurl.com
Marina Sant'anna - é de lei - www.edelei.org.br
New Maris - representante de frequentadores de casas noturnas
Audiência aberta ao público interessado no tema. Haverá oportunidade para a plateia se manifestar.